Aprendi a apreciar as estrelas e a lua com meu pai. Ele amava o brilho delas e a majestade da lua. Minha mãe contava que ele queria me chamar de Maria das Graças, como bom nordestino que era. Ela não concordou porque receava que me chamassem de Gracinha, ela detestava apelidos. Ele então encontrou a solução. Nasci às seis horas da manhã, horário em que o planeta Venus aparece em todo o seu esplendor como a Estrela da Manhã, a Estrela D'Alva. Resolvido, eu me chamaria Dalva.
Adoro esta história. Meu pai era assim... Inteligente, antenado, simpático, bonito... Hoje toda vez que vejo a lua não deixo de me lembrar dele. Da janela da minha sala, durante esta semana, estou acompanhando a trajetória dela ao seu auge, a lua cheia. Como é bonita! Onde eu nasci é mais fácil olhar o céu. Podemos ver nas noites claras todo o seu esplendor, suas constelações, seu brilho em toda a intensidade e fazer como eu fazia com ele, procurar sinais de vida em outro planeta. Era o grande sonho que ele acalentava, ver um disco voador ou algo parecido.
Eu também acalento este sonho. Fico sempre pensando que não pode ser verdade que só nós sejamos os habitantes de toda essa imensidão, e, de vez em quando me pego procurando no firmamento algum vestígio de companhia.
Procuro passar aos meus netos esta admiração. Sempre que posso, que eles estão ao meu lado mostro o céu. Pocuramos a lua, as estrelas e tento fazê-los admirar um céu estrelado e uma lua em sua magnitude. É muito bom poder mostrar aos netos e passar adiante aquilo que aprendemos e assim deixarmos nossas marcas. Quando eles passarem por elas vão recordar aqueles momentos que estiveram conosco e deles tiraram um aprendizado, aprendizado sem grandes intenções mas que iluminam seus olhinhos curiosos e os ligam a nós para sempre.
até chorei... muito bonito
ResponderExcluirbeijos, eu te amo, claudia.
São tesouros que a gente guarda a vida toda - mais preciosos quando estamos mais velhas e temos uma perspectiva do que foi ou não importante.
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